Preparador de goleiros histórico do Botafogo, Flavio Tenius se despediu recentemente ao ser desligado por uma opção do clube em ter a comissão técnica completa de Luís Castro, com Daniel Correia para a função. O profissional, que conquistou títulos no Glorioso e treinou ícones como Jefferson e Gatito Fernández, não guardou mágoas e entendeu bem a decisão.
Em entrevista ao “Charla Podcast”, na última semana, Flavio Tenius valorizou o tempo que passou no Botafogo.
– Só tenho que agradecer à vida, a Deus, por me colocar no Botafogo. Os momentos que não foram tão bons até se perderam, porque foi muita coisa boa. Trabalhei com profissionais do gabarito de Oswaldo de Oliveira, Joel Santana, ícones, treinadores da nova geração, Jair (Ventura), Alberto (Valentim), (Eduardo) Barroca, (Marcelo) Chamusca, Enderson (Moreira), profissionais que só me deram satisfação. Com goleiros que nunca tive problema, com atletas, profissionais do clube, staff e diretoria, não tive problema com ninguém. A saída não poderia ser diferente. Entendemos que é um novo momento do Botafogo, tem um dono, que faz o que ele quer. Entendemos o caminho que o clube decidiu trilhar e que fiquei sem espaço. Faz parte. Como tive quatro ou cinco convites para sair e poderia ter saído, fiquei no clube. Agora o clube optou. Não tenho nada que reclamar ou lamentar. Não esperava, porque o trabalho estava legal, campeão, com goleiro feito no clube (Diego Loureiro), o titular (Gatito) é de seleção do país dele. Me dá satisfação de saber que o trabalho até o final foi feito da melhor maneira. O clube até estava tentando alguma coisa, para me oferecer, mas não tinha onde me encaixar. Gosto muito do que faço – contou Flavio Tenius.
– Fui duas vezes interino, após saída de Caio Júnior e Bruno Lazaroni, me perguntavam se pensava em ser técnico, falava que ia voltar a ser preparador de goleiros. É o que me dá prazer e me motiva. A grande dificuldade na vida é encontrar seu caminho, eu desde garoto o gol é o lugar que me sinto melhor. Dormia abraçado com a bola. Tudo que consegui foi trabalhando com futebol e como goleiro. Joguei nove anos profissionalmente, depois em 1993 virei preparador de goleiros. São 29 anos. Tenho muito prazer em fazer isso. Mas sei que não vou ficar a vida toda como treinador de goleiros, é uma demanda física grande. Eu tinha como responsabilidade minha que o clube tem que formar o goleiro. Se não está conseguindo, em clube grande, algo está errado, ou avaliação ou não está trabalhando corretamente. É algo que me atrai, de repente fazer uma coordenação. Vou aproveitar esse tempo para pensar o caminho a trilhar. Não vou pendurar a luva. Estou aí. Como saí agora do Botafogo, vamos esperar. Daqui a pouquinho vamos continuar – acrescentou.
O preparador de goleiros aproveitou para agradecer o carinho que recebeu de torcedores após a saída do Botafogo.
– Eu saí, mas foi da melhor maneira. Fiquei até surpreso pela repercussão. Sabia que realmente as pessoas gostavam de mim, mas não sabia que tanto. Realmente foi muito bacana, fiquei muito feliz. Passei uma década no clube e é legal que deixei legado, marca, amizade das pessoas. Só tenho a agradecer. Vou levar para o resto da minha vida. E meu nome, uma pontinha que for, vai estar lá no Botafogo – concluiu.