Confesso que fui pego de surpresa com a opinião de alguns colegas jornalistas sobre a parte da entrevista de John Textor na live no FogãoNET que fala sobre as cobranças feitas na Justiça ao clube e que furam a fila dos 20% destinados ao pagamento de dívidas. É preciso lembrar que tornar o Botafogo inviável é contribuir para o caos não apenas do futebol brasileiro, mas de certa forma da sociedade. Esse é um assunto que deveria fugir de qualquer paixão.
Textor busca equilíbrio entre o que lhe foi garantido pela legislação e aquilo que vem sendo realizado pelo nosso judiciário. Legislação e juízes parecem não dialogar. Mas cabe a quem julga justamente entender também o todo. Levar em consideração o que representa uma decisão.
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Imaginem o Botafogo de antes, com dívida de R$ 1 bilhão. Algum credor conseguiria receber algum centavo do clube naquela situação? A única esperança de se pagar quem deve é justamente a SAF e a possibilidade de crescimento de receita. Mas é preciso respeitar os percentuais estabelcidos pela legislação. Algo que seria normal em qualquer país do mundo.
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Textor não quer ‘se dar bem’
Vejo alguns colegas tratarem o Textor após a entrevista como alguém que pretendia pegar apenas a parte boa, colocar dinheiro e se dar bem. Ou como alguém que se recusa a pagar o passado do Botafogo. Ou é ignorância ou má-fé entender dessa maneira. O que ele quer é poder honrar compromissos dentro de um mínimo de planejamento.
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Imagina você comprar uma empresa, saber que 20% de sua receita está comprometida com dívidas antigas e mesmo assim apostar e seguir em frente. Trabalhar para aumentar a sua receita, fazer o bolo crescer e com isso conseguir inclusive honrar suas dívidas mais rapidamente. Mas de uma hora para outra aparece alguém te cobrando mais do que 20%. E seu planejamento? Esse é o alerta que infelizmente muitos que têm a caneta na mão está dando para quem deseja investir no futebol brasileiro. Não é acabando com as marcas que vai se pagar quem tem dinheiro, com justiça, a receber. Tornar o Botafogo inviável é contribuir para o caos.
