Cinco meses foi o tempo necessário para o Botafogo ter sua estrutura de lideranças da base rachar em 2018. Após perder o gerente Eduardo Freeland para o Flamengo em abril, foi a vez do técnico do sub-20 Eduardo Barroca fechar nesta terça-feira com o Corinthians. O diretor Manoel Renha segue à frente do departamento.
A parceria formada por Freeland e Barroca comandou a maior conquista das categorias de base do Fogão, o Campeonato Brasileiro Sub-20 de 2016. Na temporada seguinte, em 2017, quando foi anunciada a aquisição do novo centro de treinamento, no Espaço Lonier, a esperança de uma atenção especial para o futuro alvinegro surgiu e chegou a fazer parte do discurso dos dirigentes.

BASE FORTE! Jogadores do Fogão festejam Brasileirão Sub-20 com Barroca (Foto: Reprodução/ESPN Brasil)
Até aí, tudo bem, os ânimos com a base por parte da torcida eram consideráveis. Jovens valores formados, como Igor Rabello, Marcelo Benevenuto e Matheus Fernandes, jogaram como gente grande com os profissionais na Libertadores, sinal que o trabalho estava sendo bem feito. E a conquista da Taça Otávio Pinto Guimarães (OPG) em novembro? Os frutos continuaram a ser colhidos.
Mudanças no futebol em 2018
Mas chegou a virada do ano, veio a mudança na presidência (Nelson Mufarrej e Carlos Eduardo Pereira trocaram de cadeiras) e, principalmente, no futebol. Numa leva só, Cacá Azeredo, Antônio Lopes e Jair Ventura, vice-presidente, gerente e técnico principal, respectivamente, foram desligados. Ao “mesmo tempo”, demos conta da já anunciada transferência do zagueiro Emerson Santos, cria do clube, sem custos para o Palmeiras.
A base voltou a ganhar destaque na escolha do novo comandante dos profissionais. O auxiliar Felipe Conceição, com experiência no time sub-17, ganhou a disputa interna com Barroca, e assumiu o Glorioso, dividindo opiniões dentro e fora de General Severiano. Foi a decisão correta? A resposta não demorou com o desempenho na Taça Guanabara e na Copa do Brasil. Na Copinha, as coisas não foram nada bem também, os garotos caíram na segunda fase para o Deportivo Brasil.

EU? Felipe Conceição foi escolhido pela diretoria para assumir os profissionais (Foto: Vítor Silva/SSPress/BFR)
Passado o turbilhão do primeiro trimestre de 2018, os ventos voltaram a soprar a favor. Demitido, Felipe “Tigrão” deu lugar a Alberto Valentim, que conduziu o Glorioso ao desacreditado título estadual. Enquanto isso, a base, “mais integrada do que nunca” com a equipe principal, mostrou novamente bons resultados e alcançou as semifinais da Copa do Brasil Sub-20.
É preciso valorizar a base do Botafogo
A um semestre de uma possível mudança para o novo CT e com o time de acesso novamente nos trilhos, o que deveria ser feito? Nada além da valorização e manutenção dos empregados. Primeiro foi Freeland, agora Barroca se despede. Tudo isso, possivelmente pela falta de competitividade financeira no mercado. Foram desfalques grandes na formação dos novos atletas.

INTERROMPIDO! Barroca e Valentim iniciaram integração em fevereiro (Foto: Vítor Silva/SSPressBFR)
À diretoria, fica o alerta para que novas baixas não aconteçam. Os meninos precisam ser tratados com carinho para que cheguem à Zona Oeste bem liderados e, sobretudo, integrados. O CT foi uma grande vitória, mas a #BaseForte, tão propagada pelas redes sociais do clube, só será legitimada de fato se discurso e trabalho se alinharem e forem além dos coqueiros do Lonier.
Saudações alvinegras!