O torcedor do Botafogo não aguenta mais. Nos últimos 15 meses o desempenho do time tem sido sofrível. Essa é a visão do pessimista. O clima hoje para muitos é de revolta. Mas por quê? Somente por que o Botafogo foi eliminado na terceira fase da Copa do Brasil? Somente por que o Botafogo sequer foi semifinalista do Estadual? Somente por que não conseguiu se impor e dar o troco em um Juventude que levou de 6 do Grêmio no Campeonato Gaúcho e recentemente foi rebaixado para a Série C do Brasileirão? Somente por que o time não teve sangue nos olhos para devolver 1999? Será que APENAS isso é suficiente para esta revolta toda?
Alguém tem dúvidas de que Nelson Mufarrej vai dar uma resposta rápida? Basta olhar para a sua forma de trabalhar desde que assumiu o clube que nos sentimos seguros e confiantes em relação ao futuro. A gestão alvinegra respira eficiência e competência. Não concordam?
E o departamento de futebol?
O pior deste momento é que ele é propício para que os apressados de plantão exijam mudanças no departamento de futebol. Mas calma pessoal. Precisamos das cabeças pensantes do setor caso o Zé Ricardo seja demitido. Somente a atual gestão poderá ter uma sacada inteligente de procurar no mercado um substituto de peso. No mesmo patamar, por exemplo, de Marcos Paquetá. Lembram dele?
Há quem critique, por exemplo, a troca de Antônio Lopes por Anderson Barros. Não entendo os motivos. Lopes nunca foi um vitorioso no futebol. Não conhece como funciona o ambiente de um clube e de um elenco. Não tem experiência para a função e não fala a linguagem dos jogadores. Duvido que me apontem uma Libertadores que Lopes tenha ganho? Um título Brasileiro? Não lembram né? Se a memória não ajuda, então façam uma pesquisa no google e comparem. Vão parar de reclamar da troca.
Vamos parar com as ironias
Em um texto o limite entre a ironia e a verdade é muito perigoso. Mas a torcida alvinegra é inteligente o suficiente para perceber esta fronteira.
Falando com seriedade, já deu para o departamento de futebol alvinegro. Nada justifica a permanência dos atuais profissionais no setor.
Gosto de trabalhar com números. Em 2018 foram 62 jogos oficiais, com 24 vitórias, 17 empates e 21 derrotas. O time marcou 68 gols e levou 75. Saldo negativo de 7. Teve o Campeonato Carioca, um título que veio com um gol nos acréscimos e nos pênaltis. O herói foi Joel Carli, que ficou na reserva boa parte dos primeiros jogos de 2018. Querem os números de 2019? Foram 17 jogos, com 7 vitórias, 5 empates e 5 derrotas. O time marcou 26 gols e sofreu 16. Saldo positivo de apenas 10 gols.
Se somarmos o desempenho do futebol na gestão de Mufarrej vamos chegar a 79 jogos com 31 vitórias, 22 empates e 26 derrotas. Foram 94 gols marcados e 91 sofridos. Saldo positivo de apenas três gols. O desempenho fala por si só. Não estou questionando a competência de Anderson Barros, profissional experiente, e do Gustavo Noronha. Mas em qualquer empresa a gestão do futebol alvinegro, com este desempenho em 15 meses, teria sido trocada. Ou a culpa é só do Zé Ricardo?
Mudança é fundamental
Falando mais sério do que nunca. Presidente Mufarrej, do jeito que está não dá. A sua constante parceria com o erro, a falta de rapidez em agir e a forma como permite o departamento de futebol atuar tomando decisões absurdas como foi Marcos Paquetá só comprovam isso.
Mufarrej, ou o senhor muda e se cerca de pessoas que possam realmente tornar o Botafogo produtivo, ou então o melhor que faz é olhar para o lado e se inspirar no Pedro Abad, que teve a humildade de entender que a sua permanência seria ruim e trabalhou para antecipar a eleição no Fluminense. Tenha a mesma humildade e procure o caminho da saída. Ou então acorde e tome as decisões que a torcida espera do senhor. Por mais boas intensões que o senhor tenha, e não duvido delas, o Botafogo não vai resistir até o fim do seu mandato do jeito que as coisas andam.
Espaço aberto
Como não estou a serviço de nenhum grupo político, até por que é bem complicado entender a política alvinegra, o espaço está aberto ao senhor, presidente Mufarrej, ou a qualquer outro membro da diretoria, para o contraditório. Quem sabe se dessa vez o senhor consiga provar que a gestão é positiva. Que Deus ajude o Botafogo.
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